dismorfias corporais

Gosto que se pratique Yoga e gosto de que se fale de Yoga. Fico honestamente feliz por ver eventos a serem partilhados na net. Quanto mais divulgação, maior é a probalidade de permitir que outros tenham a possibilidade de transformar o seu quotidiano, olhando para o mundo de uma forma diferente, melhorando assim as suas vidas e, por consequência, a vida de todos nós.

Só que por vezes o que se partilha no mundo virtual é a imagem de um corpo esculpido e talhado para a performance, exibindo um estereotipo que não é bem um reflexo da realidade das aulas de Yoga… Pois o Yoga não se destina (só) a este “tipo” de miúdas e miúdos, perfeito misto de força e flexibilidade e de controle corporal… Quando olho para mim, quando olho para os meus alunos, vejo mais do que isto, vejo de tudo! Altos, baixos, magros e mais gordos, flexíveis, perros e outros que são um pouco disto tudo ao mesmo tempo ou então, que nada têm a ver com todo o resto!

Para motivar as pessoas a praticar yoga, projecta-se uma imagem de perfeição através da divulgação de fotos com poses intimidantes e corpos perfeitos e muitos acabam por sentirem-se marginalizados…
Sabemos que o Yoga é a filosofia que promove o afastamento a identificação da personalidade subjectiva que criamos para sermos aceites, que procura o desapego aos frutos das nossas acções e ao culto das imagens cujos significados nos desviam da realidade… Só que antes de ter este conhecimento somos mais sujeitos a desenvolver pensamentos castradores e limitativos e é preciso praticar…

Se mostrarmos imagens de algo imperfeito (para evitar “show off”) com o objectivo de criar motivação, será que se irá criar a inspiração necessária para levar as pessoas a experimentar?  Por exemplo, se formos assistidos por um profissional de educação física sem definição muscular com o objectivo de melhorar o aspecto do nosso corpo, é provável que se desenvolva a ideia que a condição física do mesmo não corresponde aos critérios do que procuramos atingir e que se ponha em dúvida as técnicas que ele aplica conosco, pois não aparenta ter muitos bons resultados com ele próprio… E perde-se a confiança e a motivação (este tipo de raciocínio é característico do nosso espirito lógico!).

Felizmente, passando este obstáculo e o das dismorfias corporais, vencendo a insegurança ligada à possivel comparação e competição entre Yogis, irá, aula após aula e com a prática regular de Yoga, ficar mais solto por fora como por dentro, tornando-se mais confiante e ponderado. Quando sentir que o resultado acaba por ultrapassar o objectivo planeado, mesmo que este último seja exclusivamente ligado a parte física, saberá que a “cabeça” também está a mudar.

Por isso, quando quero comunicar e divulgar o meu trabalho nos “social media”, opto por utilizar fotos reais das minhas aulas, de mim próprio. Publico fotos que longe de mostrar uma perfeição idealizada, mostram pessoas e situações reais em momentos genuínos. Isto é o Yoga como eu o conheço, isto é o Yoga como eu o vivo.

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