É comum ouvir-se dizer no mundo do Yoga que o sofrimento é inerente à ignorância. Esta ignorância é a ausência da necessidade de procurar o conhecimento (auto-consciência). É aquela que deriva da personificação do EU e de acharmos que somos quem os outros vêm ou de achar que somos o que sabemos. Ao estudar o Yoga e a sua filosofia, também se entende que demostrar qualquer conhecimento (ao seja o que entendemos através do estudo) sem que este nos seja solicitado, é meramente fruto do Ego.
O sofrimento é aquele que emerge das posições que decidimos assumir para marcar posição e afirmar a nossa identidade ou aceitar dos outros o que não decidimos para nos.
“EU torno-me o centro de tudo o que sou, de tudo o que faço”
Os psicólogos chamam a estas personalidades as narcisistas: vivem embevecidas no seu EU e no reflexo desse mesmo EGO, deixando de perceber o que é real e o que é reflexo.
Quanto maior o conhecimento, menos nos deveria preocupar demostrar o que sabemos, que conhecimentos fazem parte do nosso enriquecimento. Quanto mais sabemos, mais nos deveríamos deixar de centrar na necessidade de opinar ao percebemos que outros não terão estes conhecimentos e deveríamos decidir deixa-los afirmar as suas opiniões (egos) sem criarmos conflitos e sem levantar questões ou dúvidas.
Cada indivíduo tem o seu trajecto, o seu caminho, a sua procura e verdade, mesmo que isso implique não querer procurar, ficar preso no mundo da ilusão (MAYA). Quanto mais sabemos, menos precisamos de levar os outros a entenderem e a reconhecerem que já sabemos muito.
No fundo, percebemos que a verdade tem muitas facetas, e que a minha perspectiva da verdade não é mais do que isso mesmo, a minha perspectiva da verdade: quanto mais sabemos mais entendemos que a verdade é relativa. Não há necessidade em provocar ou contrapor opiniões ou mesmo afirmar ideias ou conceitos. Simplesmente não existe essa necessidade.

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