Em 2009 nascia o meu primeiro projecto relacionado com Yoga. Tinha regressado da India e ainda tinha a cabeça cheia das impressões visuais dum mundo místico em que a vontade de espiritualidade é o prato quotidiano de milhares.
Passaram-se quase 10 anos desde a minha viagem e muita coisa mudou em mim e em Portugal, como no resto dos países ocidentais. O Yoga está agora em plena expansão, com uma certa psico-socialização do mesmo, misturando-se às várias influencias locais e individuais como não podia deixar de ser numa era em que a liberdade de expressão é mote para possibilitar o crescimento espiritual de cada um de nós, mas já deixei de acreditar em rituais místicos para deixar lugar a crença de eu ser o único responsável pela qualidade da vida que eu tenho.
Com tanta diversidade e tanta criatividade, por vezes questiono-me… Mas fico sempre feliz com o desenvolvimento da minha capacidade em apreciar esta mesma pluralidade expressiva, pois é ela que me leva a encontrar novas metas pessoais a atingir de forma a tirar mais da minha vida.
Tento não ficar vidrado no que vejo e que não se coaduna comigo, para perceber o que me é necessario procurar, o que me faz sentir bem, o que combina comigo e que está em sintonia com as minhas aspirações. Utilizo esta diversidade que nem sempre percebo e que não pretendo validar como facto adquirido porque me cria desconforto, como ponto de partida para direcionar a minha energia rumo ao que eu pretendo para minha propria expansão.
Este raciocínio levou-me a escrever este artigo, intitulado de “dismorfias corporais“, onde expresso o resultado das minhas observações como base para entender o que me motiva e que me leva a a querer estar mais próximo das pessoas “reais” e não das pessoas que vejo em revistas e nos social medias. Se eu acreditasse que o Yoga era só para pessoas perfeitas, teria criado uma vida de frustração e de depressão.
O que eu não gosto é sempre o ponto de partida, melhor dizer, a motivação para mudar a minha realidade em algo mais satisfatório. Acredito que o que vejo leva-me a entender o que não quero para caminhar rumo ao que eu quero. A minha visão do Yoga e a sua utilidade prática levam-me a estar cada vez mais próximo das pessoas que procuram as minhas aulas, não promovendo o Yoga das pessoas que desejam a perfeição, mas dos que procuram a auto-realizaçao pessoal.
Agradeço a Revista Zen por acreditar que este artigo sobre as nossas percepções merece ser divulgado e por ter publicado as minhas palavras com o objectivo de motivar e inspirar, para que se pratique yoga, para que se surpreenda consigo mesmo.
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