Yoga e Desporto. Sinta-se bem!

Estar bem consigo próprio e como mundo é uma meta que todos gostaríamos de alcançar. Temos os meios para o fazer e a liberdade de poder escolher as atividades que queremos, desde que ajustadas à nossa agenda sempre muito preenchida. Podemos fazer tudo o que quisermos para estar bem por dentro e óptimos por fora. Queremos o melhor da vida para viver melhor e temos o direito de o desejar!

Quando chegámos à conclusão que algo deve mudar, quando estamos decididos a subir um degrau no nosso bem-estar para obtermos mais satisfação queremos agarrar o “touro pelos cornos” e começamos sempre pelo mais óbvio e visível… A nossa aparência! É então que decidimos mudar o estado das coisas e atiramo-nos de cabeça em práticas desportivas ou atividades que prometem resultados rápidos e visíveis em prazos reduzidos.

EXERCÍCIO FÍSICO, SIM OU NÃO? 

Estas atividades que prometem mudanças radicais são muitas vezes demasiado violen- tas para nós. Podemos, talvez, estar prontos mentalmente, mas fisicamente poderá não ser bem o caso. O que é óbvio é que temos “os olhos maiores do que a barriga” e acabamos por criar lesões que irão demorar meses a curar. A final, não estávamos preparados… Magoamo-nos de forma irremediável, trazendo sofrimento físico, desânimo e perda de força de vontade. Mas se o Running e o Cross-fit não servem para nós, então o que nos resta? Nada, pensamos, pois todos falam deles como sendo uma prática comum e ideal. Ou talvez não… E o Yoga?

É verdade, o Yoga é frequentemente referido como sendo uma moda, mas uma moda já antiga que permanece na boca do povo como se fosse recente. Mas se é falada e se está na boca do povo é porque há resultados e cada vez mais pessoas a falarem sobre isto! E quanto mais divulgado, mais cresce. E se cresce é porque os resultados são visíveis a vários níveis: muda-nos por fora e por dentro, quando praticado com empenho e consciência, trazendo-nos resultados positivos e evidentes. Tanto tonifica os músculos, como acalma a mente, devolve-nos a mobilidade articular e estabiliza as emoções. Até parece magia ou demasiado bom para ser verdade!

 

OS HOMENS E O YOGA

Fala-se muito de Yoga, é verdade, mas existe a possibilidade de ser uma seita esotérica e dizem que até é. Parece ser uma coisa só de mulheres ou de idosos. Uma coisa para meninas hiper flexíveis ou pessoas incapacitadas. Os homens ocidentais são os primeiros renitentes, mas não são os únicos, obviamente. A nossa sociedade não deixa de ser principalmente fundamentada em conceitos sociais de ordem patriarcal (podem argumentar o que quiserem, as coisas são o que são). Mesmo que assumidos como liberais e/ou modernos, há frequentemente barreiras de ordem psicológica e cultural, por vezes bem escondidas no nosso inconsciente.

Seremos, nós, os homens, tão limitados a um Ego machista para continuarmos a criar uma imagem utópica de normalidade? Felizmente, já cheguei a ter aulas onde o número de participantes masculinos se equiparava ao do sexo feminino e não deixam de ver e/ou gostar de futebol, ou até de beber cervejas com amigos (perdoem-me o estereótipo!). Mas, de facto, estas estatísticas podem não ser verdade para a maioria dos estúdios de Yoga nacionais.

DESPORTO VS. YOGA

Também se costuma praticar Yoga como complemento de outras práticas desportivas ou quando não nos encaixamos em mais nada, confundindo-se comumente com alongamentos e/ou aulas de streching. Mas no fundo, o Yoga (neste caso, o Hatha Yoga) é uma forma de recondicionar ao corpo e é uma preparação possível a atividades físicas radicais.

Antes de qualquer prática mais explosiva, dever-se-ia praticar Yoga para ganhar estrutura muscular e mobilidade, e desenvolver consciência corporal. Quando não sabemos onde nos encaixamos, o mais provável é encontrarmos no Yoga uma solução para atingir objetivos pessoais de bem-estar. Mas de facto, é preciso alguma maturidade e superar as limitações criadas pela nossa mente (e pela dos outros). É preciso termos estrutura mental para integrar a sua ética filosófica, como os Yamas e Nyamas, no nosso quotidiano.

Os Yamas e Nyamas são os dois primeiros passos que levam ao autoconhecimento e estão incluídos numa obra de Patanjali, os Yoga Sutras, ou aforismos do Yoga. Os Yoga Sutras mostram-nos que o Yoga não é só uma prática física que fortalece e traz saúde ao corpo. É, antes de mais, uma filosofia de vida. Através dos sutras temos um caminho que nos leva ao autoconhecimento e ao equilíbrio perfeito entre corpo, mente e espírito.

Ao longo do tempo tenho recebido muitas questões sobre a prática de desporto versus a prática de Yoga. Como já referi, as duas podem ser complementares. No desporto deparamo-nos com um aspeto de competitividade que nos pode desmotivar e no Yoga encontramos muitas vezes um contentamento ligado ao desenvolvimento da autoconsciência.

O Yoga poderá então ser suficiente para si ou poderá de facto precisar dos dois para equilibrar a sua vida. O Yoga não é para todos, é para quem tem maturidade suficiente para querer mudar por dentro e por fora, e também mudar a sua visão do mundo, assumir o controlo da sua vida tomando decisões sem influências subjetivas da sociedade através de autodisciplina, ética e moral permanentes.

A vontade de praticar procura, no fundo, responder a duas necessidades do crescimento espiritual: criar foco para a mente e criar consciência corporal: E porque quero praticar Hatha Yoga? Para manter a mente concentrada, manter a forma física, para fins terapêuticos ou para criar disciplina física/mental.

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