Não consigo ver 2019 como um ano em que fiz coisas específicas. Fazê-lo, seria para mim admitir que, o que quer que seja que tenha feito ou que terá acontecido na minha vida, terá acontecido aleatoriamente e, por este motivo, se destacou na minha memória de todo resto, ocultando assim o facto de referir que estas “coisas específicas” são só a parte visível do acumulado de tudo o que eu fiz até hoje e me levou até onde estou e me sinto bem. Admito que tudo foi importante, as pequenas coisas tal como os factos mais evidenciados, as ações visíveis e as mais discretas e seria injusto fazer uma retrospetiva tão limitada, pois acabaria por deixar de parte tudo o que não me lembro agora e que foi sem dúvida tão importante quanto o que me lembro relatar por estarem intrinsecamente interligados.

Contudo, e porque esta altura do ano é propicia ao recolhimento e introspeção, sinto hoje ter uma consciência mais abrangente da minha vida como se me tivesse afastado um pouco mais da minha caverna (cf.Platão) e, principalmente, na forma como eu penso e faço a gestão das minhas emoções, através do Yoga e da Sofrologia, na forma como eu trato o meu corpo desde há muito com Hatha Yoga sem fanatismo e desporto regular, procurando mobilidade em vez de desafios e agora também na forma mais coerente como me nutro, por fora e por dentro. E é este último marco do meu equilibro que tenho vindo a explorar mais em profundidade, o da nutrição, que me levou a questionar-me mais sobre a forma como tudo me chega a mão para ter uma atitude mais ética e mais próxima dos valores que pretendo cultivar em mim.

Percebo hoje com mais clareza que qualquer uma das minhas escolhas e ações tem um impacto mais profundo sobre os outros e o planeta. Não é que não o soubesse anteriormente, mas hoje não me consigo ver como insignificante, uma forma conveniente de procrastinação, e percebo que qualquer uma das minhas ações tem implicações éticas e reais sobre o mundo que me rodeia e se já percebi há muito que não irei mudar ninguém só por acreditar vislumbrar como todos poderíamos viver melhor, vou tentado, sempre a minha escala, dar exemplo do que se pode fazer.

Claro que não pretendo dizer por estas palavras que tudo o que faço está perfeito, pelo contrário! Ainda procuro por novos caminhos para melhorar a forma como deixo as minhas pegadas, procurando amenizar desperdícios e encontrar formas de favorecer uma economia local, mais justa e equitável.
Tenho esta consciência que ser Humano é aceitar ser imperfeito e com defeitos. Defeitos que tento amenizar e é claro que ainda tenho muito por onde melhorar, mas uma coisa é certa, o meu caminho para 2020 está em encontrar formas de abarcar estes 3 conceitos juntos para uma vida equilibrada e mais feliz. Todo o meu trabalho futuro, aquele que abrange o meu desenvolvimento pessoal e também aquele que apresento profissionalmente, irá basear-se nestes 3 pilares: os pensamentos (mente), o corpo e a forma como nutrir um e o outro. Bom ano 2020!
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