Parece que tem a ver com o meu signo (escorpião, sim já sei…) porque só agora começou o ano e já sinto diferenças em mim. Sinto uma energia fora do comum, não aquela que me deixa hiperativo e irrequieto, mas aquela que leva a criar, a avançar e explodir de alegria. É verdade! Talvez por ser agora mais honesto comigo próprio, sobre aquilo que quero para mim, e não só para agradar aos outros, mas também em relação à forma como me vejo no mundo e como me defino enquanto pessoa, a pessoa que eu quero ser, com mais humildade e com absoluta serenidade. Hoje, com 48 anos, sinto-me cheio de uma energia inesgotável que quero partilhar com quem quiser viver o mesmo.
Desde sempre, e sem saber porquê, sem ter nenhuma patologia genética ou autoimune debilitante (talvez umas alergias, para quais pareço ter encontrado uma solução), sempre tive uma tendência para buscar modos e métodos visando o bem estar, que nem sempre eram os meus, mas os dos que me rodeiam, e um verdadeiro impulso em partilhar o que de melhor encontrei para mim (sem ter esta necessidade). Nunca impondo nada, tentando mostrar o bom que podemos fazer a nós próprios quando realmente nos importamos, mas muitas vezes sem ser visto por quem queria ajudar (e daí depreendi, muito cedo, que nem todos procuramos a mesma coisa, e que há coisas que não se querem ver, pelo simples facto de sermos pessoas com necessidades e focos diferentes).

“Estar bem” sempre foi a minha busca por me parecer ser esta a razão lógica de estar vivo. Se estou aqui e agora, então que seja pelo melhor. Lembro-me, ainda criança, que comer carne sempre foi um suplício; logo que possível, nos meus 20 anos, escolhi uma dieta vegetariana, assim cortando com laticínios e carne vermelha. Com o tempo, esta dieta tornou-se cada vez mais restritiva, naturalmente e sem esforço, principalmente com alimentos de origem animal, tendo despertado em mim um ávido interesse em experimentar novas alternativas, descobrindo assim um leque ilimitado de novos sabores e paladares. Já nos 40 anos adotei uma “plant based diet“ (soa menos reivindicativa em inglês) e, na mesma altura, o jejum intermitente de sólidos. Mas só agora é que me estou a sentir confortável com a forma como me nutro (foram quase 50 anos a procura do equilíbrio alimentar).
O mesmo se passa com o meu corpo: aos 16 anos levantava-me cedo para correr antes de ir para o liceu; atraía-me a filosofia de vida “new age” (para descomplicar os pensamentos) e as culturas de civilizações antigas ligadas à cultura matriarcal, ligadas aos ciclos da natureza. Fui lendo, fui procurando e integrando gradualmente o que mais me inspirava. Com o tempo, aos poucos e sem forçar nada (o universo é mesmo tramado), acabei por me encontrar envolvido num estilo de vida pelo qual não procurei, mas que resultou de um processo evolutivo de consciência para viver a minha vida no seu potencial máximo.
Não estou a dizer que outras dietas são erradas, todos somos diferentes e cada um deve encontrar uma forma de deixar o seu corpo saudável e radiante. Nisto, sim, eu acredito! Nas diferenças, na diversidade e na liberdade. Aquilo que digo é que temos de ouvir melhor o nosso corpo e fazer uma avaliação do que está bem ou não, com honestidade e, isto sim, é bem mais difícil.

Como todos nós, tenho direito aos desafios, aos imponderáveis que o universo nos põe no caminho para ver se conseguimos superá-los, para termos eventualmente direito às suas gratificações: às estrelas, aos anjos da guarda que vão passando pela nossa vida, oferecendo-nos a sua mão, empurrando-nos para a frente. Mas não sou de ficar à espera de ajuda divina e de uma mão amiga para me dar impulso. Vejo até as coisas de forma diferente: se quero alguma coisa que não tenho, se preciso de alguma coisa fora do meu alcance, então vou à procura dela, talvez por ter um certo discurso enraízado na mente: quem não tenta, não tem; e se a montanha não vier até mim… já sabem o resto do ditado, não sabem? A responsabilidade é minha, a de fazer ou de não fazer, de ter ou de não ter, e nisso está incluído o meu bem estar.
E, de facto, nunca vejo tentativas como “sucessos” ou “insucessos”; o que vejo é “é por aí” ou “não é por aí”. Nesta perspetiva, nunca me sinto a falhar, mas sim em expansão. E quando me sinto a crescer, a minha energia torna-se exponencial. Independentemente dos resultados obtidos, sem considerações ou avaliações, sei que a vida não é estática: tudo passa, tudo muda e há sempre luz no fundo do túnel. Uma vez mais, não sei de onde isso me veio, só sei que esta sempre foi a minha realidade e que hoje sinto que há tanto ainda por fazer e experienciar, e que esta forma de ver o mundo só me pode levar onde ainda não sonhei estar, e que este lugar é bem melhor e gratificante do que o que tenho e que já aprecio.
É claro que nunca me fico pelo que já sei, continuo a ler imenso, a procurar pessoas que me inspiram, encontrar professores e formações para me superar… e parece-me que as possibilidades são infinitas.
Queria ser mais conciso mas não sei se consigo, o que eu quero realmente partilhar convosco, para os que buscam inspiração para fazer deste novo ano o ano que irá fazer a diferença, são duas coisas que irão mudar a minha vida para melhor com certeza. Estas são as minhas prioridades de bem-estar para 2020, e vou cumpri-las!
NUTRIÇÃO
. Manhã: Sumo de nutrientes prensados no momento (frutos e verdes, nada de sólidos! Do jantar ao almoço, 16 horas apenas com líquidos);
. Almoço: O mais rico e diverso possível: verdes (cozidos e não cozidos), leguminosas;
. Lanche: Frutas (muitas e variadas consoante a estação), nozes/sementes;
. Jantar: Sopas leves e ricas em variedade;
De uma forma geral: cortar nos cafés e, sobretudo, em alimentos contendo trigo
CORPO E MENTE
. Estar mais tempo Outdoor;
. Saborear mais a natureza: caminhar em florestas e abraçar árvores, caminhar descalço mais vezes;
. Tomar banhos de água fria;
. Iniciar-me na escalada;
. Afastar-me das tecnologias.
Não precisamos de investir muito para ganhar saúde, tudo isto pode ser feito sem custos acrescidos. Precisamos apenas de ter a paciência necessária para reorganizar a agenda, talvez cortando um pouco nas esplanadas e nas series de televisão (já acabei com a Netflix), e mexer mais as pernas fora de casa.
Bom ano!
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