Por Ana Viegas Cruz
Master Especialista em Sofrologia Caycediana,
Professora de Yoga, Formadora
Explicar o que é a sofrologia nem sempre é tarefa fácil para um sofrólogo. Muitas vezes as pessoas perguntam “Sofro…. quê?!!”. Como vamos pedir a um pintor que explique o seu quadro? Ou a um músico que nos descreva cada nota e cada pausa da partitura que naquele momento está a tocar?
Sofrologia: do grego SOS… PHREN… LOGOS… O estudo da consciência em harmonia.
Ora esta definição simplista direcciona-nos desde o começo para algo positivo… harmonia, equilíbrio. Deste modo, quem pensava que havia uma ciência que se dedicava ao estudo do sofrimento, fica logo esclarecido na intenção de fundo da sofrologia. Ela é totalmente positiva, arriscaria mesmo afirmar que esta disciplina nos transporta para uma realidade cheia de beleza.
Mas, em seguida, temos que lidar com a palavra consciência, também ela um pouco subjetiva no senso comum… Há quem fale de uma consciência ética, ou estética ou animal…
“Consciência” vem do latim conscientia ou cum + scientia: “estar ciente de…”, é o conhecimento que acompanha as nossas acções e impressões.

Para a sofrologia, a consciência é vivencial. Ela descobre-se e vive-se como uma força, uma energia, que estrutura todos os elementos físicos e psíquicos do ser. Por outras palavras, é aquilo que nos dá um sentimento de integração e um sentimento de felicidade em existir.
Por isso, diz-se que esta ciência é uma arte de viver.
A sofrologia vai muito além da simples busca de relaxamento corporal ou a simples gestão de stress. Pretende ser-se uma preparação para a ação que deve levar a uma vida mais saudável e também pretende ser um mapa que nos oriente para a nossa essência.
Ao praticarmos sofrologia, tornamo-nos detetives da nossa própria consciência. Vamos à descoberta das sensações do corpo, dos sentimentos que nascem da nossa mente, das emoções que surgem desta relação corpo-mente que somos.
Para sermos esses detetives, precisamos treinar o nosso olhar. Esse olhar precisa estar livre de a prioris, de julgamentos. O praticante de sofrologia troca o olhar crítico pelo olhar curioso. Mergulhamos por inteiro num encontro autêntico connosco mesmos. Com o olhar genuíno de uma criança. E não é isso mesmo que o artista faz?
E o mais engraçado é que mesmo sendo a nossa própria pessoa o objeto de contemplação, surpreendemo-nos com o que encontramos. Esse momento é fenomenal. Cheio de fenómenos, por vezes, muito difíceis de descrever. Ainda por cima, a sofrologia pede-nos essa descrição, depois de uma prática. Ao aceitarmos esse desafio, a integração daquilo que vivemos acontece na nossa neurologia. Integramos a presença do corpo na consciência e a presença da consciência na nossa vida.
Sofro… quê?!! Sofrologia: a arte de viver a beleza e a presença no dia-a-dia.
Ana Viegas Cruz
Email: sofrologia.pt@gmail.com
Website: www.sofrologia.pt
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