Toda a filosofia do Yoga basea-se numa premissa: O estado natural do homem é o de fomentar a sua própria evolução, o seu desenvolvimento, a sua expansão. Quando isto não acontece, o homem vive na obscuridade, no sofrimento. O objectivo da vida humana é a nossa libertação do sofrimento.
O processo de transição é chamado de Samadhi e o estado de libertação, Moksha*
Uma das mensagens do Yoga, se não for mesmo a mensagem mais importante, é que a evolução rumo a libertação tem o seu ponto de partida, o reconhecimento do nosso sofrimento (o sofrimento individual levando a um sentimento de separação e de solidão) e a sua caminhada, apresentada com sendo o nosso derradeiro propósito, o nosso Dharma.
Antes de mais e para entendermos a natureza do processo de transformação, é importante redefinir algumas palavras, trocar as suas definições literais e de senso comum, para estas novas definições, dentro do contexto da espiritualidade.
Espiritualidade: É a capacidade de introspecção, de auto-observação, de deixar de ser impulsivo e aumentar o meu auto controle, de ser cada vez mais quem Eu sou realmente e não ser o que acho que outros querem que seja. É a capacidade de desapego, de me libertar das características que me definem. É ser auto-consciente.
. Ego: O que o mundo exterior me dita para Eu ser; A forma como reajo para corresponder ao que Eu (O ego) acho que se espera de mim.
O Ego é sinónimo de medo e produz julgamento, ataque, ciúme e toda a negatividade que me separa da “verdade” (a realidade). O ego não pode sobreviver sem medo. Quando estamos focados no medo, guiados pelo medo, criamos uma vida baseada em conflitos (somos o agressor e a vítima ao mesmo tempo).
. Amor: Não se trata de amor romântico, mas de Gratidão e de Perdão. É a consciência do momento presente. É estar no momento presente.
. Medo: Construções da mente individual que acreditamos serem a verdade comum mas que são na realidade projecções do nosso ego. Referidas no Yoga como Kleshas, os erros da mente.
. Transformação: Mudança de perspectiva. Trocar os Medos pelo Amor.
Ser consciente dos meus medos vai permitir que os possa controlar, mas não é suficiente se quiser viver de uma forma diferente. É também necessário confiar e afirmar que sou capaz de mudar os meus pensamentos para alterar as percepções das minhas experiências individuais no momento em que sou consciente dos meus desconfortos, das minhas acções e comportamentos erróneos.
A verdade é que sou responsável dos meus pensamentos e à medida que vou criando as mudanças nas minhas percepções, irão acontecer os milagres…
Treinar a nossa auto-consciência e viver uma vida plena é o nosso propósito. Temos de aprender a ser auto-conscientes para vivermos felizes.
*P.S. Consoante as correntes filosóficas de Yoga, estes dois conceito nem sempre coexistem
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