O porquê das dietas não funcionarem

Por Emília Luís
Health Coach, Formadora, Psicóloga Social e Organizacional

Nomeie alguém que conheça que não esteja a fazer presentemente uma dieta, não pense em começar uma em breve ou tenha desistido de fazer uma recentemente.

Difícil, certo?

E porque sentimos esta necessidade de sermos constantemente mais magros, mais tonificados, eliminar a gordura extra e a celulite comendo menos, restringindo porções, não comendo depois de determinada hora, e eliminando por vezes grupos alimentares inteiros?

Fisicamente estamos a falar de perde massa gorda, corrigir inflamação no corpo, tornarmo-nos (espero) mais saudáveis mas a custo de perda, de ‘fechar a boca’, de dizer ‘não’, mesmo quando nos apetece algo, de nos abstermos de algo tão primitivo e necessário como comer. Psicológica e emocionalmente parece-me que estamos num ciclo contínuo de privação, de perda de nós próprios com um objetivo por vezes utópico de ganho: ganhar massa muscular, ganhar admiração e olhares alheios, ganhar (espero) confiança.

No entanto, possam os processos e as consequências serem positivos ou negativos continuamos a utilizar um método que incita à perda como meio para o ganho; porque temos de nos colocar numa posição de carência para obtermos algo que desejamos? Carência essa que mais dia menos dia nos torna irritáveis, temperamentais, esfomeados e que inevitavelmente nos faz dizer “oh, agora já está, perdido por cem, perdido por mil; recomeço a dieta amanhã”.

Esta é a razão pela qual as dietas não funcionam; são planos alimentares restritos e repetitivos, muitas vezes enfadonhos, limitados no tempo, que seguem uma lógica comum para paciente A e B, não têm muitas vezes em consideração a pessoa, que nos fazem comer alimentos que por vezes não apreciamos a cadências que o nosso corpo não reconhece para no fim ganhar aquele aspecto físico que achamos ideal.

Podíamos continuar a falar das implicações emocionais e até físicas que a cultura de dieta nos impõe mas gostava de propor uma nova abordagem, uma nova perspetiva, uma nova forma de olhar para a ideia da dieta.

E se, em vez de retirarmos, adicionarmos alimentos? Podíamos partir do princípio que para comer de forma saudável e sobretudo sustentável, teríamos de começar por eliminar tudo o que nos faz mal: açúcares e farinhas refinadas, alimentos processados, óleos hidrogenados e produtos de conveniência alimentar e substitui-los por tudo o que faz bem: frutas, vegetais, leguminosas, cereais integrais, frutos secos, sementes e muita água. Acontece que o que é bom para um não é bom para outro e é aí que as dietas erram, não somos todos iguais e como vimos pelo artigo anterior sobre a bioindividualidade, cada um de nós tem necessidades específicas que variam ao longo do tempo; o que é bom para mim hoje pode não sê-lo amanhã.

Assim, deixo-vos um desafio: proponho que adicionem alimentos que consideram saudáveis ao vosso prato e rapidamente irão ver os alimentos que consideram pouco saudáveis a desaparecer do prato.

Da próxima vez que for comer um hambúrguer porque não optar por adicionar salada e diminuir o tamanho da dose de batatas fritas; da vez seguinte opte só por salada; da vez seguinte a essa experimente o hambúrguer vegetariano e sucessivamente. Ao pequeno almoço comece por comer os seus cereais com leite vegetal; na semana seguinte opte por adicionar alguma fruta e na vez a seguir a essa porque não fazer a sua própria granola? Tratam-se de mudanças pequenas mas sustentáveis, que não sentiu como um sacrifício, o que as tornou num hábito enraizado, beneficiando a sua saúde. Que mudança está disposto a fazer hoje?

Emília Luís
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